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presenças confirmadas

 

Georg W. Bertram (Universidade Livre de Berlim)

Fabian Freyenhagen (Universidade de Essex)

Rodrigo Duarte (UFMG)

Silvio Rosa Filho (Unifesp)

Fábio Durão (Unicamp)

Deborah Antunes (UFC)

Gabriel Cohn (USP)

Ricardo Musse (USP)

Jorge de Almeida (USP)

Paulo Arantes (USP)

Vladimir Safatle (USP)

Ricardo Fabbrini (USP)

Rubens Machado (USP)

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sobre o colóquio

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A questão pouco acanhada a respeito da atualidade da filosofia no século 20 – nada menos do que a questão sobre a possibilidade de renovação objetiva do discurso interpretativo filosófico – acompanhou de maneira obsessiva a experiência intelectual de Theodor W. Adorno. Ela esteve presente já no título da conferência inaugural na Universidade de Frankfurt em 1931, na qual o jovem e ambicioso professor passava em revista pelas modas filosóficas da Alemanha no entreguerras. A caducidade da filosofia manifestava-se, para ele, não só no fracasso das ambições totalizantes e fundacionistas do idealismo, mas também nos esforços reiterados e ainda predominantes de atualização dessas mesmas ambições, das filosofias da vida à ontologia fundamental.

 

A filosofia só permaneceria atual, na visão do jovem filósofo, não na formulação de respostas novas a problemas antigos mas na crítica da própria caducidade de toda subjetividade filosófica constitutiva. Sua sobrevivência dependeria de um programa de interpretação materialista da história da razão subjetiva, de uma reavaliação de suas questões clássicas à luz da concreção histórica e social do presente. A dialética em sua modalidade não idealista era o impulso, o procedimento que asseguraria a atualidade da filosofia.

 

Não chega a surpreender que a mesma questão, exposta no discurso inaugural de 1931 com uma solenidade quase metodológica, tenha reaparecido décadas depois, em 1966, na frase inaugural de Dialética Negativa: “A filosofia, que um dia pareceu ultrapassada, mantém-se viva porque se perdeu seu instante de sua realização”. A singularidade da filosofia adorniana, de seu pensar por modelos cuja auto-reflexão denuncia a inadequação entre coisa e pensamento conceitual no detalhe da experiência, nunca esteve dissociada de seu momento de produção.

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Hoje, 50 anos após a publicação de Dialética negativa, poderíamos não apenas avaliar, com razoável distanciamento, o alcance da obra no interior do percurso intelectual do autor, apontando suas dificuldades internas e aporias. Mas poderíamos nos perguntar, reverberando o espírito que animou a obra, pela relevância mesma dessa “ontologia do estado falso”, pelo sentido dessa reinvenção da dialética que persegue continuamente as aspirações identitárias e ideológicas da razão, à luz das novas configurações do pensamento no século 21. Como se situaria a consciência crítica da não identidade, da contradição objetiva que orienta a dialética adorniana diante das novas filosofias do acontecimento e do reconhecimento, do realismo especulativo, do interesse crescente da filosofia analítica pelo pensamento hegeliano, dos estudos pós-coloniais, dos estudos de gênero?

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Nesse contexto, o colóquio Adorno – Reinvenção da dialética, além de celebrar os 50 anos de publicação de uma das obras mais decisivas para o pensamento contemporâneo e de marcar o lançamento da tradução brasileira do 10º volume da Coleção Adorno pela Editora Unesp, busca oferecer uma oportunidade para a reflexão das potencialidades críticas do pensamento de Adorno, em especial da Dialética negativa, em relação a problemas concretos de nosso tempo. Afinal, se a questão da atualidade da filosofia sempre atravessou sua experiência intelectual, não será menor a tarefa de hoje reavaliarmos criticamente os modelos dialéticos de sua maior obra filosófica.

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comissão organizadora

 

Jorge de Almeida

Vladimir Safatle 

Yasmin Afshar

Eduardo Socha

Felipe Catalani

Gabriel Bichir

tópicos principais

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  • Dialética negativa no conjunto da obra adorniana: gênese e desdobramentos

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  • Relações com a filosofia prática de Kant e a psicanálise: o problema da liberdade

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  • Dialética hegeliana, dialética negativa, filosofia da história: convergências e descontinuidades 

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  • Confrontação com a fenomenologia e o marxismo

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  • Metafísica e pensamento pós-metafísico

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  • Consequências para a reflexão estética 

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  • Política e negatividade

cartaz

apoio

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